International Savanna Fire Management Initiative

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Reflections from Campo Grande - Themes Emerging from the 7th International Wildland Fire Conference (English/Português)

The 7th International Wildland Fire Conference took place in Campo Grande, Brazil from the 29th October to the 1st November 2019. Here we present reflections from the organisers on the themes emerging from forum, in anticipation of a forthcoming journal article on the experience of integrated fire management in the three most savanna fire prone regions of the world, as well as on the discussion at the Conference itself. This introduction is available in both English and Portuguese, as will be the journal article.

Opportunities for Integrated Fire Management in Savanna - After global firefighting efforts for 2020, it is time to invest in prevention strategies!

The year of 2020 has been marked by large and severe wildfires worldwide, especially in Australia, Brazil, South-Central Africa, Western United States, Russia and Ukraine. In Brazil, 46% of fire hotspot detections were concentrated in the Amazon, followed by the Brazilian savanna (Cerrado) with 30% and Pantanal with 10.5%, according to the National Institute for Spatial Research (INPE). Although the records were higher for the Amazon, the Cerrado is the most fire-prone biome in the country, with relatively high intensity, extensive and high frequency wildfires occurring at the end of the dry season. On average, 10.4% of the area burned in the Cerrado occurs in Protected Areas and 23% in Indigenous Reserves, based on fire mapping derived from the MODIS Burned Area Monthly Global product for the period 2001 -2019.

The vast majority of wildfires in Brazil are caused illegally by people during the dry season (between 80-90%), revealing weaknesses in the current prevention and inspection national system. The origin and spread of these fires is mainly linked to the expansion of the agricultural sector and pastoral development, extreme fire weather conditions resulting from climate change, and an inadequate and conservative fire suppression policy which results in significant fuel accumulation.

Even before the arrival of people and their burning activities, fire has been a natural element in savanna and grassland ecosystems (for example, the extensive Brazilian, Australian and African savannas), and been an intrinsic component in maintaining their structure, biodiversity and ecological dynamics.

Prevention strategies

Integrated Fire Management (MIF) has been applied in different regions of the world as a strategic approach to reduce wildfires at the end of the long dry season, and reduce greenhouse gas emissions and conflicts with traditional communities – especially with those communities subjected to fire suppression policies. In northern Australia, for example, the Indigenous Fire Management Program is implemented in an area of 1.2 million km² and has reduced emissions of 7 million tonnes of CO2-e between 2013-2019. Local communities and fire management projects have benefited by earning approximately USD 70M in delivering accountable emissions reductions. This initiative has been used as an example for promoting implementation of fire management in other savannas, especially in southern Africa (Botswana) and in south America (Cerrado).

After five years of IFM implementation in Brazil, the 7th International Wildland Fire Conference in Campo Grande – Brazil, in 2019, provided a unique opportunity to assess and discuss the results from the application of this approach nationally and internationally. The experiences of IFM in the three most fire-prone savanna regions of the world (south America, southern Africa and northern Australia) were presented in the article originally published in the Brazilian Biodiversity Journal (BioBrasil / ICMBio). The article also provides a summary of the main findings from the presentations and discussions addressing the Cerrado in the Technical Workshop and Savanna Burning Challenges and Opportunities Special Session, held during the Conference.

For more information on the topic, stay tuned for the release of the full publication that will shortly be released in the original English version here and in the translation to Portuguese here.

A 7ª Conferência Internacional de Incêndios Florestais aconteceu em Campo Grande/MS, Brasil, do dia 29 de outubro a 1 de novembro de 2019. Apresentamos aqui as reflexões dos organizadores sobre os temas emergentes do evento, em antecipação a um artigo de revista científica, que será publicado em breve, sobre a experiência do manejo integrado do fogo nas três regiões de savana mais propensas ao fogo do mundo, bem como as discussões ocorridas na própria Conferência. Esta introdução está disponível em inglês e português, assim como o artigo da revista estará disponível em ambas as línguas.

Oportunidades de manejo integrado do fogo em savanas - Após esforços de combate aos incêndios, é hora de investirmos na prevenção!

O ano de 2020 foi marcado por grandes incêndios nos biomas do Pantanal, da Amazônia e do Cerrado no Brasil. A Amazônia concentrou 46% dos focos de calor, seguida pelo Cerrado, com 30%, e pelo Pantanal, com 10,5%, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Apesar dos registros serem maiores na Amazônia, o Cerrado é o bioma mais propenso a incêndios do país, com fogo de alta intensidade, grandes proporções e alta frequência no fim da estação seca. Em média 10,4% das áreas queimadas no Cerrado estão em Unidades de Conservação (federal, estadual ou municipal) e 23% em Terras Indígenas, de acordo com os resultados do produto oficial de área queimada mensal global da NASA para o período de 2001-2019.

A grande maioria dos incêndios é provoca pelo homem de maneira ilegal (aproximadamente 90% de acordo com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA) durante o período de estiagem, revelando fragilidades no atual sistema de prevenção e fiscalização brasileiro. A origem e a propagação destes incêndios estão principalmente ligadas à expansão do setor agropecuário e renovação de pastagem, condições meteorológicas extremas resultantes das mudanças climáticas e políticas de supressão do fogo inadequadas e conservadoras, que acabam por gerar acúmulo de combustível.

Antes mesmo da presença do homem na natureza, o fogo é um elemento natural em muitos ecossistemas com vegetação de savanas e gramíneas (como é o caso do Cerrado e das savanas australianas e africanas), configurando-se como um componente importante para a manutenção da estrutura, da biodiversidade e da dinâmica ecológica destes locais.

Estratégia de prevenção

O Manejo Integrado do Fogo (MIF) é uma abordagem estratégica para reduzir os incêndios no final da estação seca, as emissões de gases de efeito estufa e os conflitos com as comunidades tradicionais, as quais foram submetidas a políticas supressivas do fogo em diferentes continentes do mundo. Na Austrália, por exemplo, o programa nacional de manejo do fogo é implementado em uma área de 1,2 milhão de km², e no período entre 2013-2019, reduziu a emissão de 7 milhões de toneladas de CO2-e, recebendo aproximadamente 100 milhões de dólares australianos. Esta iniciativa tem sido usada como exemplo para a implementação de manejo do fogo em outras savanas no sul da África (Botswana) e na América do Sul (Cerrado).

Após cinco anos de implementação do Programa MIF no Brasil, a 7ª Conferência Internacional sobre Incêndios Florestais em Campo Grande no Brasil, em 2019 proporcionou uma oportunidade única para avaliar e discutir os resultados da implementação desta abordagem nacional e internacionalmente. Os desdobramentos da avaliação das experiências do MIF nas três regiões de savana mais propensas ao fogo do mundo (América do Sul, sul da África e Norte da Austrália) foram apresentados no artigo originalmente publicado na revista Biodiversidade Brasileira (BioBrasil/ICMBio). O artigo ainda fornece um resumo dos principais achados para o Cerrado das apresentações e discussões resultantes da Oficina Técnica e Sessão Especial Desafios e Oportunidades com Queimas de Savana, realizadas durante a Conferência. Para aprofundamento e maior compreensão do tema, acesse a publicação completa em português aqui e a versão original em inglês aqui.